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O que é
um Aeroporto?

De um ponto de técnico, um aeroporto é um aeródromo. Um aeródromo é um local que oferece as condições de segurança para a realização de voos. Um aeroporto é um tipo de aeródromo que está equipado com um conjunto de infraestruturas específicas, tais como terminal, pistas ou caminhos de acesso, serviços de fronteiras, etc. De forma a garantir a segurança de todos (aviões, pessoas, mercadorias, trabalhadores, etc.), o aeroporto está vedado e existe uma vigilância apertada. Assim, todos os aeroportos são aeródromos, mas nem todos aeródromos são aeroportos.

Os aeroportos podem ser locais muito movimentados, aonde se realizam muitas atividades diferentes. Estas atividades são necessárias para garantir a segurança e comodidade das pessoas, e que os voos se realizam de forma segura e eficiente. Algumas destas atividades incluem:

  • Check-in é onde os passageiros entregam a bagagem e obtêm os cartões de embarque antes de embarcar no avião. O check-in está tipicamente numa zona de livre acesso a todos, incluindo pessoas que não vão viajar, os acompanhantes dos viajantes.
  • Segurança – é o local por onde os passageiros, bagagem e mercadorias passam para ser garantido que nenhum objeto potencialmente perigoso segue a bordo. Somente os passageiros podem passar através da segurança. Assim, a segurança é o local que divide a zona de livre acesso da zona restrita aonde somente passageiros podem aceder.
  • Alfândega – é o local onde as pessoas passam por uma verificação de documentos e segurança antes de entrar ou sair do país. Não precisamos de passar pela alfândega quando viajamos dentro de Portugal e do Espaço Schengen, que é um conjunto de países da União Europeia com livre circulação.
  • Embarque – consiste na entrada dos passageiros no avião. Tipicamente existe uma sala de espera, na qual os passageiros aguardam enquanto são chamados para entrar no avião. Antes de entrar, os passageiros passam por um último momento de verificação, tendo de apresentar o cartão de embarque e o documento de identificação. A entrada no avião é muitas vezes feita através de uma estrutura metálica que liga o avião ao edifício (terminal). Esta estrutura chama-se ponte, ou finger.
  • Desembarque – consiste na saída dos passageiros do avião. Pontualmente poderá haver necessidade de os passageiros voltarem a apresentar o cartão de embarque e documento de identificação, por razões de segurança.

Num aeroporto podemos ainda encontrar muitas outras atividades que não são necessárias para garantir a segurança de todos, mas que melhoram a comodidade das pessoas e podem ser importantes fontes de receitas. Alguns destas atividades incluem:

  • Balcão de Informações e Turismo – onde as pessoas podem perguntar sobre voos, direções, e outras informações relacionadas com o aeroporto, a cidade e a região.
  • Lojas e restaurantes – onde as pessoas podem fazer compras ou comer enquanto esperam pelos seus voos.
  • Hotéis e centros de conferências – onde as pessoas podem dormir ou realizar eventos e reuniões entre voos.
  • Ligação a outros modos de transporte e estacionamento – é fundamental garantir que as pessoas conseguem chegar e sair do aeroporto rapidamente e com comodidade. Para isso, os aeroportos devem dispor de estacionamento e serem servidos por outros modos de transporte, tal como: comboio, metropolitano, autocarro, táxi ou serviços partilhados (ex.: Uber).

Quais são as principais zonas de um aeroporto?

Em termos gerais podemos organizar os aeroportos em

  • Lado terra – é a zona correspondente às áreas de livre acesso a todas as pessoas. Como exemplos podemos apontar os parques de estacionamento, as zonas de largada ou recolha de passageiros, ou a praça de táxis.
  • Lado ar – é a zona de acesso limitado a pessoas devidamente acreditadas. Como exemplo podemos identificar a placa, que é a área onde os aviões estão parqueados, as pistas, ou as áreas de verificação da bagagem de porão ou de mercadorias.

Os edifícios onde as pessoas se deslocam são os Terminais. O terminal tem tipicamente um lado terra e um lado ar. A divisão entre os dois lado é feita pela Segurança. Assim, o lado terra do terminal corresponde à área entre a entrada e a segurança, enquanto o lado ar corresponde à área entre a segurança e as portas de embarque e desembarque. Qualquer pessoa pode aceder ao lado terra, mas somente passageiros podem aceder ao lado ar.

Os aeroportos são facilmente reconhecíveis, ou porque já viajámos de avião, ou porque já levámos ou fomos buscar um amigo ou familiar, ou porque já vimos fotografias e vídeos.

Todos partilham aspetos em comum, tal como as vias de acesso, o terminal, a vedação ou a pista. Ainda assim, são bastante diferentes uns dos outros. Uns têm mais pistas, mais terminais ou parques de estacionamento.

Isso acontece porque os aeroportos são construídos para desempenhar diferentes funções, e de acordo com as necessidades dos passageiros, das companhias aéreas e das regiões.

Por exemplo, um aeroporto que sirva uma região remota, na qual se espera uma quantidade reduzida de voos e de passageiros vai, naturalmente, precisar de menos terminais e pistas do que um aeroporto que sirva uma grande região metropolitana, com uma elevada quantidade de voos e passageiros. Isto é porque os voos que partem ou chegam ao aeroporto mais pequeno são geralmente em menor escala e servem uma área geográfica menor. Já um grande aeroporto tem muito mais terminais e pistas, pois serve uma grande quantidade de passageiros que viajam para e de vários destinos diferentes na Europa e no Mundo.

Além disso, os aeroportos também são construídos tendo em consideração os aviões que vão ser utilizados pelas companhias aéreas. Os aviões mais pequenos precisam de pistas mais curtas e estreitas, quando comparados com grandes aviões. Portanto, aeroportos de grandes dimensões precisam de ter as pistas suficientemente compridas e largas para acomodar todo o tipo de aviões, enquanto os aeroportos mais pequenos também recebem aviões mais pequenos.

Como a tecnologia evolui muito rapidamente também temos de pensar que tipo de aviões vamos ter no futuro, para que o aeroporto possa acompanhar essa evolução.

Como é que as companhias aéreas organizam os voos?

O conjunto de voos e destinos regulares de uma companhia aérea constitui a sua rede aérea. Os voos regulares são aqueles voos que se realizam de acordo com um horário que é publicado. Por oposição, os voos não regulares, ou charters, não são publicados e realizam-se conforme as necessidades das companhias aéreas e os acordos comerciais que celebram com agentes de viagens e outros.

Tipicamente as companhias aéreas revêm a rede aérea duas vezes por ano, época de Verão e época de Inverno. A seleção dos destinos depende de uma grande quantidade de fatores, incluindo: tipos de aviões que a companhia opera, autorizações existentes para utilizar um aeroporto (ex.: hora do dia, direitos comerciais de operação), expetativa de número de passageiros para os vários destinos, custos do combustível e outros custos, restrições ambientais, entre muitas outras.

As redes aéreas podem ser classificadas em duas categorias principais, ver figura 1:

  • Ponto a Ponto é uma rede aérea constituída por voos diretos, isto é, o passageiro viaja diretamente do aeroporto de origem para o aeroporto de destino, sem haver transbordo. Este tipo de redes é muito utilizada pelas companhias designadas por baixo custo (ou low cost tal como a Ryanair), embora todas as companhias pratiquem estas operações em partes das suas redes.
  • Hub and Spoke é uma rede aérea onde todos voos estão concentrados num único aeroporto central, designado por aeroporto hub. Os outros aeroportos são designados por aeroportos periféricos – spoke. Nesta rede, os únicos voos diretos são entre o aeroporto hub e os aeroportos spoke. A ligação entre dois aeroportos spoke implica dois voos com transbordo no aeroporto hub. Este tipo de rede é tipicamente utilizada por companhias aéreas que não são de baixo custo. As companhias que têm voos intercontinentais tipicamente adotam este tipo de rede. A TAP tem implementado uma rede aérea desta natureza.
Tipos de redes exploradas pelas companhias aéreas

Figura 1 - Tipos de redes exploradas pelas companhias aéreas

Cada categoria tem as suas vantagens e desvantagens. Resumidamente: a rede Ponto a Ponto oferece voos com maior comodidade e tempos de viagem mais curtos pois não há a necessidade de realizar transbordo no aeroporto hub. A rede ponto a ponto é mais fácil de gerir do ponto de vista operacional. Por exemplo, o tratamento da bagagem é simplificado pois não é preciso movimentar as malas entre aviões no aeroporto hub. Mas, neste tipo de rede as rotas com poucos passageiros são geradores de prejuízos.

A rede Hub and Spoke requer menos aviões do que a rede Ponto a Ponto. Portanto, com o mesmo número de aviões, numa rede Hub and Spoke, é possível voar para mais destinos ou aumentar o número de voos. Uma outra vantagem da rede Hub and Spoke é conseguir aumentar o número de passageiros por rota. Desta forma voos que não são rentáveis numa rede Ponto a Ponto passam a sê-lo numa rede Hub and Spoke.

Exemplificamos com o apoio da figura 1. Se houver poucos passageiros entre os aeroportos E, F, G ou H e o aeroporto A, então não haverá justificação económica para a existência dos voos. Pelo contrário, a rede Hub and Spoke concentra os passageiros no aeroporto hub. Ao juntar os poucos passageiros dos aeroportos E, F, G e H no aeroporto hub, será possível atingir a quantidade mínima de passageiros para garantir a rentabilidade do voo.

A rede Hub and Spoke tem assim a grande vantagem de concentrar passageiros fazendo com que os voos sejam mais rentáveis.

Aliás, esta é a razão pela qual as companhias de voos intercontinentais utilizam este tipo de rede. Os aviões de longo curso são maiores e exigem uma grande quantidade de passageiros para serem rentáveis. A forma encontrada foi a de concentrar todos os passageiros num único voo que sai do aeroporto hub. Por exemplo, a TAP concentra no aeroporto em Lisboa todos os passageiros de Portugal e da Europa que queiram viajar para o Brasil. A alternativa, que seria ter voos diretos de cada um dos aeroportos para o Brasil, poderia não reunir suficientes passageiros para rentabilizar a ligação.

Recomendação: leia de seguida “O que é um Hub Aeroportuário?”

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